segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
E se de repente os adultos desaparecessem e o mundo passasse a ser governado pelas crianças? Parece impossível mas William Golding, Prémio Nobel da Literatura em 1983, relata-nos uma situação destas em O Deus das Moscas.
Livres dos adultos, as crianças têm a oportunidade de ditar as suas próprias regras. Será que o mundo por elas criado é melhor?
Uma leitura imperdível
CS
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Entre as controvérsias que pontuam a sociedade actual de provocações e perplexidades, a clonagem é sem dúvida um dos temas mais estimulantes para a nossa curiosidade e imaginação.
E se de repente me confrontasse com o meu sósia, como aquele professor de História, personagem principal de O Homem Duplicado, de José Saramago?
Ou se estivesse ao meu alcance, enquanto cidadão comum, clonar o meu animal de estimação?
Que limites nos são impostos pela ética e pela moral diante dos infinitos recursos que a ciência coloca quase diariamente ao dispor do homem?
E as consequências para a preservação da nossa identidade, ou para o desenvolvimento das sociedades e da própria ciência?
Clara Pinto Correia aborda esta temática no seu livro Clones Humanos, a nossa autobiografia colectiva, que a Biblioteca destaca neste mês dedicado à Ciência perante o olhar curioso do estudante, do cientista ou simplesmente de quem se interessa pelo mundo que o rodeia.
CS
terça-feira, 3 de novembro de 2009
terça-feira, 13 de outubro de 2009
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Nada melhor para iniciar Outubro do que comemorar o Dia da Música.
Como poderíamos nós viver sem música seja ela clássica, rock ou hip-hop. Música portuguesa, inglesa ou indiana?
Música do Magrebe, da Tailândia e da Escócia. Música do Brasil, da Guiné e do Dubai. Música da banda, da orquestra e do dueto. Música da guitarra, do tambor e da trompete. Música do vento, do mar ou do silêncio.
Música. Sentir a música. Dia da Música!
imagem da net
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Porque um poema nunca é de mais
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio de Andrade
Bom ano 2009/2010
CS
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Comemorar o Livro e a Escrita
Um interessante recurso elaborado pela equipa da BE/CRE e pelo Departamento de CHS da EB 2,3 Prof. Mota Pinto (Caramulo) para comemoração do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, a 23 de Abril, e que traça a história da escrita e dos seus suportes. Um bom exemplo de como a internet pode ser um uma óptima fonte de recursos pedagógicos. Parabéns aos colegas que o construíram e um agradecimento especial ao Arte por um Canudo, que o divulgou para partilha,
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Tertúlias na Biblioteca - 4ª Edição
Edwin Abbott escreveu uma empolgante aventura matemática passada num país plano (Flatland) povoado por uma sociedade hierárquica de figuras geométricas regulares, que pensavam, falavam e tinham sentimentos muitos humanos. A obra tem fascinado gerações de leitores, sendo considerado simultaneamente pela crítica um clássico de ciência e de ficção científica.
Ao imaginar o contacto e a comunicação entre seres de diferentes dimensões, Abbott explorou com profundidade a analogia entre as limitações dos humanos e das figuras de duas dimensões. Escrito sob a forma de uma história de aventuras, o livro apresenta e desenvolve os conceitos de relatividade e espaço multidimensional, entusiamando também os leitores interessados em grafismo informático.
Se cientificamente Flatland é sem dúvida um livro rigoroso, antecedendo em vários anos conceitos discutidos pela Física moderna - como a questão da relação espaço-tempo -, é igualmente um admirável testemunho teológico e uma das mais mordazes sátiras sociais da misógina sociedade vitoriana, por reproduzir até ao limite da perfeição caricatural uma sociedade excessivamente marcada por preconceitos hierárquicos.
quarta-feira, 25 de março de 2009
Poesia em Festa
pela ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ESTUDANTES DE COIMBRA NO PORTO
Dramatização de poemas de Jacques Prévert
por Alunos do 7ºE
EXPOSIÇÃO Camilo Pessanha: um poeta ao longe
terça-feira, 10 de março de 2009
Exposição Fotográfica
Com base na obra de Maria Lamas, As mulheres do meu país, a Biblioteca da Escola Secundária de S. Pedro da Cova e a Junta de Freguesia promovem uma mostra fotográfica inspirada na recolha efectuada por aquela autora na primeira metade do século XX, nas Minas de S. Pedro da Cova. Maria Lamas percorreu o país de Norte a Sul, incluindo Açores e Madeira. Deslocou-se às mais remotas aldeias, entrevistou e fotografou as mulheres, os seus trajes, os seus rostos marcados pelas agruras de um trabalho pesado e parcas condições de vida.
Nestas fotos que retiram do silêncio as vozes de Maria Tagarela e outras trabalhadoras das Minas de Carvão de S. Pedro da Cova, as mulheres britam o carvão, transportam-no à cabeça e empurram enormes e pesadas vagonetas, como se vê na magnífica fotografia que se segue e que pode ser apreciada, entre muitas outras, até 13 de Março, no átrio da nossa escola.
EVVquinta-feira, 5 de março de 2009
Máscaras do Mundo
EVV
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Hoje na Biblioteca
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Tertúlias na Biblioteca II
P.S.: A Porto Editora disponibiliza uma edição online d'Os Maias, na sua bilbioteca digital. Para quem ainda não leu, aqui fica.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
[14-02-2009] valter hugo mãe
Não tenho outro modo de começar um texto abordando, ainda que brevemente, a poesia de Maria do Rosário Pedreira sem dizer de imediato que a amo, à Maria do Rosário e à sua poesia, inequivocamente. Por mais inusitada que seja uma apresentação assim, é a mais pura verdade, e a verdade tem tudo de científico, como é bom de entender.Cientificamente, posso agora explicar que quando o meu ex-sócio numa aventura editorial me disse que tínhamos visita marcada à casa desta poeta, eu glorifiquei o dia em que o conheci porque andava com o volume A casa e o cheiro dos livros atravessado no coração há muito e não havia maneira de o tirar ou fazer com que me queimasse menos. A Margaret Atwood diz que querermos conhecer um autor porque se gosta de ler os seus livros é como querer conhecer um pato porque se gosta de foi gras. Mas eu, que adoro a Margaret Atwood, acho que este exagero é um pessimismo com o qual não devemos corroborar. Fui a casa de Maria do Rosário Pedreira com pezinhos de nuvem, tímido, sorrindo como os meninos perante docinhos coloridos e, sem saber o que dizer, pus-me a ouvir para me impregnar da mirabolante oportunidade de estar ali. O meu ex-sócio fez o blá blá blá dele, que era mais para negócios do que para outra coisa, e eu queria apenas que aquela senhora percebesse que a minha vida depois dos livros dela adquirira para sempre uma cotação muito maior na bolsa da alma. A partir desse dia, lentamente mas com segurança, a Maria do Rosário Pedreira completou para mim os seus poemas com a amizade que a Magaret Atwood, maravilhosa e errada, não soube prever. mais
CS
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Não tenhas medo do amor
Maria do Rosário Pedreira estará no próximo sábado, 14 de Fevereiro, pelas 16h30, na Biblioteca Municipal de Gondomar.
Que tal aproveitar a tarde do Dia de São Valentim para ouvir poemas como este?
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
«Somos a encarnação local de um Cosmos que toma consciência de si-próprio. Começamos a contemplar as nossas origens: pó de estrelas meditando acerca das estrelas; ajuntamentos organizados de dez mil biliões de biliões de átomos analisando a evolução do átomo; descobrindo a longa caminhada que, pelo menos para nós, levou ao aparecimento da consciência. Devemos a nossa lealdade às espécies e ao nosso planeta. Somos nós que nos responsabilizamos pela Terra. Devemos a nossa obrigação de sobreviver não a nós próprios, mas ao Cosmos, vasto e antigo, de onde despontámos.»
E o que entendemos por “Cosmos”?
Segundo o Dicionário Enciclopédico de Língua Portuguesa (“Publicações Alfa” 1982) Cosmos significa o «Conjunto de todas as coisas existentes. Este conjunto considerado como um todo ordenado, em oposição ao caos.»
E o que podemos entender por “caos”?
Consultando o mesmo dicionário podemos ler que caos é a «mistura geral dos elementos antes da sua separação e arrumação para a formação do Universo. Confusão, balbúrdia, mistura desordenada; desarrumação.»
Para Carl Sagan, Cosmos é simplesmente «tudo o que existe, existiu ou existirá» onde a sua «(…) mais insignificante contemplação emociona-nos.» e, neste sentido, o próprio caos faz parte do Cosmos.
Na atitude mais simples, com o Cosmos de Carl Sagan, sentimo-nos parte do Universo. Se pretendermos fazer um bolo juntamos os ingredientes, farinha, ovos, leite, açúcar, etc., mas, se pretendermos fazer um bolo desde o início precisamos primeiro inventar o Universo; precisamos recuar mais ou menos 15 mil milhões de anos até esse momento a que chamamos Big Bang.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
[A Biblioteca/CRE não pode deixar de expressar o seu agradecimento à professora Lurdes Marques, pela contribuição dada para concretização desta Tertúlia, bem como a todos os que agraciaram com a sua presença esta iniciativa conjunta da Biblioteca/CRE e da Junta de Freguesia de S. Pedro da Cova]
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Tertúlias na Biblioteca
UM MONUMENTO DE PALAVRAS
Testamento
Que fique só da minha vida
um monumento de palavras
Mas não de prata Nem de cinza
Antes de lava Antes de nada
Daquele nada que se aviva
quando se arrisca uma viagem
por entre os pântanos da ira
além do sol das barricadas
Ou quando um poço que cintila
parece o tecto de uma sala
Ou quando importa que se extinga
dentro de nós a inexacta
irradiação que vem das criptas
em que o azul nos sobressalta
em que à penumbra se diria
que se acrescenta o som das harpas
Ou quando a terra não expira
senão segredos feitos de água
Ou quando a morte nos avisa
Ou quando a vida nos agarra
Adeus ó pombas onças víboras
todas iguais ante as muralhas
Adeus veredas invisíveis
que na floresta nos aguardam
Adeus ó barcos à deriva
Adeus canais Adeus guitarras
Adeus ó sílabas da brisa
Adeus sibilas ninfas cabras
tantas que a Deus se prometiam
mas só adeuses encontravam
Adeus ó deusas de partida
no meu minuto de chegada
Adeus ardentes evasivas
a ver se um pouco as demorava
Se as demorava ou demovia
de tão depressa me deixarem
Adeus ó portas clandestinas
que ao fim da tarde se entreabrem
Adeus adeus íntimas vítimas
das cerimónias implacáveis
Como deixar-vos todavia
se as vossas mãos as vossas faces
ora parecem despedir-me
ora conseguem renovar-me
E tantas tantas tantas ilhas
no mar que não nos limitasse
Como deixar-vos se na linha
deste horizonte aquela praia
tão de repente se aproxima
tão de repente se me escapa
Jorram vulcânicas as crinas
de récuas de éguas subaquáticas
Jorram do fundo E à superfície
crescem as ilhas assombradas
Eis que de longe lembram liras
mas entre as ondas só navalhas
É quando o poeta menos grita
que mais se crê nas suas lágrimas
Fique porém de quanto sinta
um monumento de palavras
Mas não de bronze Nem de argila
E nem de cinza nem de mármore
De fumo sim Do que se infiltra
no coração das velhas máquinas
no estertor dos suicidas
no riso triste dos apátridas
no ondular das gelosias
de onde se espia a madrugada
Do fumo enfim que se eterniza
na longa insónia das estátuas
E que de nós a alma extirpa
não nos deixando nem a máscara
quando é só corpo o que nos fica
para morrer às mãos dos bárbaros
E que nos conta só mentiras
E nos aceita só verdades
Múltiplas ágeis infinitas
sejam as linhas que ele trace
como as que traça a própria vida
sem liberdade em liberdade
Adeus ó fogo Adeus raízes
que todo o fumo alimentavam
E adeus o mel Adeus urtigas
da minha terra calcinada
Adeus cortiço Adeus cortiça
Ó madrugadas inflamáveis
Já se nem sabe a que sevícias
é que por fim a boca sabe
Nem qual a sombra que improvisa
esta sonâmbula sonata
que apazigua que arrepia
que nos destrói que nos exalta
Nem qual o crime inda mais crime
se acaso chega a desvendar-se
Adeus adeus eterna esfinge
Adeus Não penses que me ultrajas
E lembro tudo o que era simples
antes do nada inevitável
Mas que do nada ao menos fique
um monumento de palavras
David Mourão-Ferreira
Obra Poética, Lisboa, Editorial Presença, 1988, 1º edição
Elsa Vaz Vieira